Ensaio sobre a exploração de petróleo e gás natural no
Algarve
Resumo: Aljezur está a passar por uma situação de conflito devido à
tentativa de exploração de petróleo e gás natural. Os habitantes, os activistas
e a própria autarquia estão contra esta situação e farão de tudo para que esta
exploração não seja feita. Este texto mostra o que realmente se passou em
Aljezur nos últimos anos e dá resposta à questão: até que ponto esta exploração
é vantajosa para a localidade (autarquias e população)? Depois de analisar
vários factores.
Palavras-chave: Petróleo, Gás Natural, Fracking, Conflito Urbano,
Movimentos Sociais Urbanos, AMAL, ASMAA, Aljezur
Introdução:
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7Sxk0ZX1Q34MXufHkoaaOEJd4Dz6kf1bZK13PxI82fbyGgv4H5rFbl5GByjSehfrZovhsC4Zaw2EcaunNuAjn-Rd_cHuFlpPppkOIS_eLeW2On4o4GS4DlqgGK0lEb5Eaz19knUehhYaA/s320/20049080_10203210970070627_1470835875_o.jpg)
Desde
2005 que a vila de Aljezur se preocupa com a possível exploração de petróleo e
gás natural, uma vez que se confirmou a existência dos mesmos (basta saber as
quantidades, ou seja, se será rentável a sua exploração). Em 2015 assinaram-se
contratos entre o governo e a empresa de Sousa Cintra (Portfuel), onde
permitiam a exploração do mesmo.
O
presidente não teria sido informado destas explorações e quando soube, em menos
de uma semana tomou uma posição pública em que era contra estas explorações uma
vez que ia ao desencontro da ideologia da Câmara, ou seja, desenvolvimento
sustentável e reservas naturais.
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O que é o fracking?
Para
perceber melhor todo o processo que está para acontecer ou não em Aljezur,
temos de compreender como é que todo o processo se faria, ou seja, através do
fracking.
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O Conflito:
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Em
agosto 2015, assinaram-se contratos, ou seja, houve entregas diretas a Sousa
Cintra (Portfuel), quinze dias antes das eleições. É necessário frisar que todo
este processo em nada foi transparente, as autarquias locais nunca souberam de
nada o próprio presidente chegou a dizer-nos “isto andou sempre a passar ao
lado de nós”. Assim, haviam dois blocos para exploração: o de Aljezur e o de
Tavira (blocos que pertenciam ao estado e os que não pertenciam foram
desapropriados), estes blocos quando foram entregues às entidades privadas
tinham concessão durante vinte anos.
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O
presidente chega a dizer que mesmo que fosse encontrado petróleo e gás natural,
nunca pagaria os estragos que iriam fazer no território.
No dia quinze de março de
2016 há um encaminhamento jurídico de todo o processo, ou seja, é feita uma
providência cautelar contra os furos. Estes furos já não se vão realizar (pelo
menos por agora) uma vez que tinham autorização para serem feitos até ao dia
trinta e um de maio de 2017 (nós fomos a Alzejur no dia dois de junho e não
tinham sido feitos).
Os
blocos de terra (Aljezur e Tavira) que estavam nos contratos com a Portfuel
foram recingidos mas a qualquer momento podem abrir novos concursos para a sua
exploração. Estes furos teriam 1200 metros de profundidade, e a faixa de
exploração teria 45 km. Por enquanto, o furo não vai ser feito mas isso não é
certo uma vez que ainda têm concessão até 2018.
No
dia dezasseis de junho de 2017 a Plataforma Algarve Livre de Petróleo conseguiu
que o Tribunal Administrativo e Fiscal de Loulé aceitasse a providência
cautelar que interpôs para impedir a perfuração petrolífera ao largo do parque
Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, ao largo de Aljezur.
Ao
longo destes dois anos, a população tem feito manifestações, abaixo-assinados
de forma a mostrar o seu descontentamento pois não querem a exploração em
Aljezur. No dia vinte e seis de junho de 2016 o parlamento recebeu uma petição
com 27 mil assinaturas a pedir a suspensão imediata dos contratos para
exploração de petróleo em Aljezur promovida pela ASMAA (Associação de Surf e
Atividades Marítimas do Algarve). Fizeram diversas manifestações em Aljezur e
chegaram a vir a Lisboa, manifestando o seu descontentamento à frente do
parlamento europeu.
Conclusão:
Após a leitura de vários documentos
(entre eles muitas notícias que nos mostram que este assunto está a ser
bastante discutido) posso tentar responder à questão que coloquei inicialmente,
até que ponto esta exploração é vantajosa para a localidade (autarquias e
população)?
Esta
exploração não trará benefícios para Aljezur e possivelmente poucos para
Portugal. Toda esta exploração será privada o que faz com que os possíveis
lucros sejam também privados. No caso de Aljezur tudo será mau, ou seja, não
terão regalias, a sua imagem será destruída (o turismo irá baixar, quem é que
quer tirar férias e ir para o pé de uma petrolífera), já para não falar de
todos os problemas ambientais que a localidade irá sofrer como já referi
anteriormente, a infiltração e contaminação química nos aquíferos e subsolo e o
potenciar de terramotos.
Aljezur
é conhecido pela exploração de batata-doce, se os solos e subsolos começam a
estar contaminados até esta actividade será afetada, sem falar de todos os
ecossistemas que serão afectados também.
Como
é óbvio a população, os ativistas e a própria autarquia nunca aceitarão esta
exploração e este conflito não terá fim. Teremos de esperar para ver quais
serão as decisões que saíram da Assembleia da República.
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