sábado, 27 de maio de 2017

Trabalho de Campo em Geografia (11ª aula)

Durante esta aula analisámos o texto do professor Sérgio Claudino que será publicado no final deste ano no livro: Veiga, F. H. (no prelo). O Ensino numa Escola para Todos: Teoria, Investigação e Aplicação. Lisboa: Climepsi Editores.
Educação Geográfica, Trabalho de Campo e Cidadania. O Projeto Nós Propomos! (na aula não chegámos analisar a parte do texto que fala sobre o Projeto).
Como eu e a Cíntia apresentámos este texto noutra unidade curricular, vou colocar aqui o PowerPoint, comentando cada slide com o que demos na aula. Na capa temos a nossa identificação, o título do texto e a identificação do autor (o nosso professor).

De seguida, passámos à identificação das palavras-chave do texto, o próprio professor identifica-as no texto e acrescentámos a palavra aprendizagem porque ao longo do texto o professor vincula essa ligação entre o trabalho de campo e a aprendizagem que é feita no local observado. Outro ponto neste slide, foi a colocação de uma frase de Graham Butt que mostra a importância que o trabalho de campo tem em Geografia.
Podemos encontrar no sumário do texto que o trabalho de campo deve ser encarado como construção da cidadania local.
Outro ponto é que o governo passa a governança, ou seja, nota-se uma maior participação das populações nas tomadas de decisões públicas (tratar os assuntos públicos de forma transparente).
O professor no texto fala do importante estímulo ao trabalho de parceria entre alunos e favorece a aproximação e o diálogo entre professores e alunos (experiências mais motivadoras e marcantes).
O trabalho de campo deve ser multidisciplinar ou interdisciplinar.
Devemos ter em conta a recolha directa, ou seja, devemos ir aos locais e falar com as pessoas (encontra-se na própria definição de trabalho de campo "nos lugares e com as pessoas").
A definição de trabalho de campo tem a preocupação de dizer que o trabalho de campo não acaba no local, ou seja, existem depois actividades para fazer nas aulas.
A definição do professor é diferente de outras definições: trabalho de campo só fora da sala de aula (Boyle e Kinder).
Na fase de preparação tem de haver uma relação estreita com a pesquisa documental (trabalho de campo é visto como ilustração do que está nos manuais escolares, isso não é verdade!! o trabalho de campo não é apenas para os alunos verem o que se dá na sala de aula mas sim o trabalho de campo tem objectivos próprios de aprendizagem - não se limita a ilustrar).
A geografia estuda as sociedades nos territórios, a diferentes escalas e os professores de geografia gostam de a definir como “uma janela sobre o mundo” - trabalho realizado fora da sala de aula - desenvolve-se através da observação directa.
O trabalho de campo deve ser visto de forma:
          -Multidisciplinar - as disciplinas trabalham entre si mas mantém a sua individualidade;
    -Interdisciplinar- as disciplinas trabalham entre si e têm a mesma finalidade (as duas trabalham para o mesmo).

A escola é cada vez mais chamada a participar na socialização dos jovens.
A lei de bases valoriza mas (crítica) não estão relacionadas com o ensino secundário (tem de se formar cidadãos autónomos e solidários - embora não estejam directamente referenciados no ensino secundário).
A educação para a cidadania:
      -ignorada nas metas curriculares;-promovida no programa de geografia A (ensino secundário), pode ser vista como a grande finalidade.
O governo passa a governança, ou seja, mais participação das populações nas tomadas de decisão públicas.
Assiste-se a uma desvalorização sistemática do contributo da escola para a governança - este texto é escrito neste sentido (Projeto nós Propomos!).

O professor fala do Coménio, pai da geografia local.
A observação local constitui a base da aprendizagem, valorizando-se só depois a memorização da informação.
Apresenta também as duas grandes escolas que influenciam Portugal: a escola francófona e anglo-saxónica.

Na escola francófona o trabalho de campo é desvalorizado, tendo apenas um valor ilustrativo das coisas que estão nos manuais escolares. As escalas valorizadas são a escala mundial e nacional e as actividades realizadas na sala de aula são meramente trabalho documental.  
A escola anglo-saxónica centra-se na escala local, no desenvolvimento de competências práticas.
É nesta escola que o Fieldwork ou trabalho de campo se desenvolve: tradição como um componente da educação geográfica (Biddulph et al., 2015 ).

As crianças devem explorar o meio local (Walford,2001).
Existe um grande problema nas escolas portuguesas: a quase ausência de visitas de estudo e muito menos trabalho de campo. 
Mais facilmente um aluno português de geografia realiza uma visita de estudo do que trabalho de campo na sua área de residência, o que seria mais fácil de se fazer.
O próprio Estatuto do Aluno e da Ética Escolar refere a visita de estudo e, não, outras modalidades de trabalho de campo.
As avaliações externas do Ministério da Educação, não contemplam a resolução de situações-problema desenvolvidas em trabalho de campo, o que reforça o seu carácter secundário no currículo.
Vários documentos de orientação nas escolas falam apenas de visitas de estudo não de trabalho de campo.
Uma crítica às escolas nacionais: “as aprendizagens desenvolvem-se nas salas de aula e em torno dos manuais escolares e o trabalho de campo surge como algo excepcional, que perturba, na prática, o quotidiano escolar”.
Exemplo do perigo das visitas de estudo: Manuel António Deusdado atirou-se às águas do mar para salvar um aluno que caiu durante uma visita de estudo pelo litoral (muitos professores não estão para correr estes riscos).
Como podemos ver, por todo o país fazem-se poucas visitas de estudo e cada vez menos trabalho de campo, daí a criação do projecto nós propomos!, direccionado inicialmente para o estudo de caso do 11º ano. 
Por fim, escrevemos o sumário:
- Análise do texto de Sérgio Claudino sobre trabalho de campo: o trabalho de campo não deve constituir um fim em si mesmo mas constituir um projeto educativo de desenvolvimento de competências ao serviço da cidadania.
Por último tivemos um lanche:

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