sexta-feira, 31 de março de 2017

Metodologia em Ensino de Geografia (5ª aula)

Iniciámos a aula escrevendo o sumário da aula de IPP I e TCG (6ª aula).
Sumário de IPP I:
Tentativa de elaboração de uma planificação de uma aula a partir de diferentes conteúdos sugeridos pelos alunos.
Início da elaboração conjunta de uma planificação sobre transportes.
Sumário de TCG:
Conclusão das apresentações das recensões críticas.
A preparação de uma visita de estudo. 
O guião deve conter: capa, itinerário, objectivos, propostas de actividades.
Depois fizemos um resumo da aula anterior, falando das cinco fases do método de B. Merenne-Schoumaker bem como do ensino secundário não pode ser igual ao ensino universitário no que diz respeito à geografia.
De seguida, passámos à análise de outro texto: a proposta de Frances Slater (autora de Learning Through Geography (1982), "Steps in Planning").  (Actas do encontro nacional de professores de geografia 1989 publicado pela associação de professores de geografia em Évora).
Frances Slater considera na planificação de uma aula as seguintes fases:
1. Identificação das questões-chave;
2. Escolha das generalizações a efectuar;
3. Selecção da informação e dos recursos;
4. Decisão sobre a forma de apresentar o conteúdo e de usar a informação;
5. Exame da actividade, tendo em vista a sua adequação aos seus objectivos educacionais;
6. Avaliação dos diferentes procedimentos.
A Planificação e a Introdução do Conflito no Ensino de Geografia (planificação para uma aula de 70 minutos sobre recursos e exploração da terra na América do Sul, para alunos de 12-13 anos):
1. Inicia-se a aula com uma descrição da vegetação da Floresta Amazónica (floresta densa, vários estratos),  a partir de um esquema;
2. Comparar-se-á os climas de Manaus (desconhecido para os alunos) e Londres (lugar conhecido) com base nos respectivos termogramas;
3. Leitura e análise de uma notícia (exemplo): inglesa que se perdeu na Amazónia (exemplo inglês - nacionalidade, geografia das vivências);
4. Escrever uma notícia em que se imaginavam naquela situação (perdidos na floresta) - estimular a imaginação (criatividade);
5. Lançadas uma série de questões aos alunos, de forma a explicitar as suas ideias prévias sobre a abertura da floresta Amazónica;
6. Leitura de uma notícia de jornal "o desenvolvimento da Amazónia: um grande passo em frente";
7. Visualização do filme "A Fronteira Amazónica";
8. Organizam-se em grupo - dá-se um mapa e tem de fazer uma escolha, ou seja, são apresentadas três diferentes opções de exploração desta área:
i) a construção de uma fábrica de madeira;
ii) o desenvolvimento da agricultura, com a instalação de novos colonizadores
iii) a exploração do bauxite
(os alunos estão a ser guiados, ou seja, têm uma legenda) (geografia anglo-saxónica: observam o território e têm de fazer escolhas);
9. Exposição das suas ideias e justificação das mesmas;
10. Entrega do texto "A floresta Amazónica: deixem-na em Paz!"  
11. Marcação do trabalho de casa - ler o texto e escrever uma carta a um amigo, onde têm de escolher se mantém a exploração da Floresta Amazónica ou não e explicar o porquê?! (introduz-se aqui o conflito).
Esta planificação para apenas 70 minutos é demasiado extensa, tendo o dobro das actividades que serão realizadas neste espaço de tempo. Outra ideia importante retirada após a leitura deste texto é que a actividade escrita é mais valorizada na sala de aula (ex: escrever no quadro), a jusante às actividades multimédia tem de haver sempre uma parte escrita, para os alunos ficarem depois com algo a recorrer.
Por fim escrevemos o sumário:  
A proposta de planificação de Frances Slater: o recurso educativo (didáctico) mais simples precede o recurso mais rico. A exploração de um recurso multimédia deve ter a jusante um registo escrito. A educação geográfica deve promover a recreação da vivência de espaços geográficos pelos alunos.
O conflito entre ambiente e economia. 

quinta-feira, 30 de março de 2017

Trabalho de Campo em Geografia (6ª aula)

Iniciámos a aula com o professor a falar sobre a aula de ontem de IPP I, onde ele tinha dito que as capas dos jornais traziam notícias mundiais e viu as capas desta noite e viu que afinal as notícias são em maioria de Portugal (espaço de vivência vs interdependência mundial).
De seguida, concluímos as apresentações das recensões com a apresentação do Zé Luís e o Dominik, onde o professo foi dando a sua opinião (devemos comparar com outros autores mas dar a nossa opinião também).
Depois disto, passámos para as fases de preparação de uma visita de estudo:
- Ficha de trabalho (informações + actividades)
Guião visita de estudo (sugestão nossa- dos alunos):
- itinerário da visita de estudo;
- programa/horário;
- objectivos;
- capa;
- informação sobre os locais de paragem;
- bibliografia;
- sugestões de observação de registo.
1ª página (capa):
- nome da escola;
- identificar o local da visita;
- colocar uma imagem do local a visitar; 
- a disciplina que promove a visita;
- o nome dos professores;
- data e ano de escolaridade
2ª página:
- colocar o nome dos alunos - em vez de colocar o nome dos alunos colocar o nome dos participantes.
Observações:
- nas aulas antes deve-se preparar a visita, lendo textos de apoio sobre o local;
- o guião deve estar organizado por paragens e pequenos tópicos em cada paragem;
- quando se entrega uma ficha ao aluno deve ter sempre o nome do professor (não vir assinado, tem um sinal de desvalorização) - desvalorização do trabalho dos professores.

terça-feira, 28 de março de 2017

Iniciação à Prática Profissional (6ª aula)

Iniciámos a aula com a tentativa de elaboração de uma planificação à nossa escolha (sobre os conteúdos que vamos leccionar nas escolas) e depois elaborámos uma em conjunto sobre os transportes (no meu caso o tema era o mesmo).
Exemplo de uma planificação 11º ano:

sábado, 25 de março de 2017

Metodologia em Ensino de Geografia (4ª aula)

Iniciámos a aula escrevendo o sumário da aula anterior:
Revisão dos dois primeiros ciclos da educação geográfica em Portugal no século XIX: o iluminismo tardio e o nacionalismo/positivismo corográfico.
A geografia sobrevivente da 1ª metade do século XX: o avanço das ideias naturalistas e a omissão das preocupações sociais, a desvalorização curricular da disciplina.
O 2º nacionalismo, a valorização da geografia na propaganda do império colonial. O pós 25 de Abril: a identificação dos portugueses com um Portugal redefinido. Aos 90: a propaganda da União Europeia.
A reorganização curricular de 2001: Portugal, a Europa e o Mundo num ensino por competências.
As metas curriculares de 2013: o regresso do ensino memorístico.
2017: o ano da mudança  "great again" coma retoma das competências.
Após o sumário falámos um pouco sobre as apresentações que o professor tinha visto no dia anterior na escola do Barreiro relacionadas com o Projecto Nós Propomos!
Ainda falámos do dia da felicidade, onde o professor voltou a frisar a importância da geografia da felicidade, onde falamos de indicadores para a felicidade (grau de satisfação em relação às suas condições de vida). O Miguel disse que favoreciam os países pobres e eu disse pobres mas felizes. Os indicadores da felicidade podem ser alternativos ao do IDH (índice de desenvolvimento humano) que já é alternativo ao PIB (produto interno bruto).
Depois disso analisámos o texto de B. Merenne-Schoumaker, Saber Pensar o Espaço (1985), Para uma renovação conceptual e metodológica do ensino de geografia no secundário.
A autora começa por falar da geografia no ensino secundário, ou seja, existem quatro grandes princípios que devem orientar a reorganização do ensino da geografia na escola secundária:
1. a geografia no ensino secundário não é uma diluição do ensino universitário;
2. geografia - formação universitária; educação geográfica - no secundário;
3. geografia de acção - a geografia deve ajudar os adolescentes a olhar para o mundo mas de forma a ser uma ferramenta de treinamento real.
4. aprender a pensar o espaço - temos de entender e agir no nosso espaço e ter em conta também outras áreas - a visão holística do espaço tem de ser feita.
De seguida, analisámos o quadro da página 152 do texto que mostra as perguntas-chave que devem ser feitas no ensino da geografia no ensino secundário, existindo três tipos:
1- Perguntas de identificação e descrição: o quê?; onde? e quem?;
2- Perguntas de explicação e predição: como e porquê? e qual a evolução provável?;
3- Perguntas de avaliação e prescrição: o que fazer? (prática/acção).
No ponto 2 do texto a autora fala-nos dos fundamentos de um esquema-director para o ensino da geografia, este esquema tem em conta 4 questões:
1- Quais são as questões-chave que o ensino geográfico deve ajudar a responder?
2- Quais são os principais conceitos que os alunos no final devem dominar no final do treinamento?
3- Qual é a originalidade e a especificidade do raciocínio geográfico e como adquirir esse raciocínio?
4- Como organizar o conhecimento, o saber-fazer e o saber-ser tem de ter em conta a evolução das habilidades dos estudantes e da lógica interna da educação geográfica?, a autora vai colocando o texto por tópicos onde no ponto 2.1. fala das questões-chave, no ponto 2.2. fala dos principais conceitos (2.2.1. localização; 2.2.2. interacção (homem-natureza); 2.2.3. distância; 2.2.4. escala; 2.2.5. mudança-permanência e 2.2.6. espaço), no ponto 2.3. fala do raciocínio geográfico (2.3.1 abordagem cientifica e 2.3.2. os diferentes níveis de análise do raciocínio geográfico), 2.4. em busca de uma organização geral do conhecimento, do saber-estar e do saber-ser.
Ainda nesta parte, analisámos a figura dois: esquema de aprendizagem em grupo de um conceito cientifico aplicável em geografia. Este esquema não apresenta grande novidade.
O ponto 3 é o mais importante porque traz uma ideia nova  à escola francófona, o ponto 5 do esquema (conhecimento prático). A proposta de uma nova metodologia para o estudo de factos e de unidades espaciais. Esta metodologia centra o conhecimento em 5 partes:
1- privilegia as ideias prévias do aluno (conhecimento prático/intuitivo);
2- conhecimento documental, disperso - o grande elemento é o professor;
3- conhecimento coerente;
4- conhecimento integrado;
5- aplicação do conhecimento.
Por fim, escrevemos o sumário:
Sumário da aula anterior.
A geografia da felicidade vs IDH.
A educação geográfica é a formação que todos devem ter em geografia, não sendo uma réplica do ensino universitário.
A proposta metodológica de B. Merenne-Schoumker: o conhecimento prático intuitivo, documental, coerente e e integrado e aplicado.
Uma rotura metodológica  âmbito da escola francófona. 

quinta-feira, 23 de março de 2017

Trabalho de Campo em Geografia (5ª aula)

Na última terça-feira foi dia das apresentações das recensões feitas por nós sobre diversos textos sobre trabalho de campo (em geografia). A ordem das apresentações foi: a Carla, a Cíntia, o Tiago, o Luís, o Miguel, a Eliana, eu e o Francisco. Para a próxima aula ficaram as apresentações do José Luís e do Dominik.  

Recensão Crítica:
            O capítulo em apreciação neste trabalho, “Trabajo de Campo”, da autoria de Patrick Bailey, foi publicado em 1981, no livro Didáctica de la Geografia, sendo o nono capítulo do mesmo.
            O capítulo foi traduzido de inglês para espanhol por Eduardo Sierra Valenti, professor de Geografia e História da National High School "Verdaguer" de Barcelona. É também um contribuinte para "Geo-crítica", onde ocupou o número 33-34.
            Patrick Bailey foi um dos melhores e principais educadores geográficos da Grã-Bretanha. Ao longo dos anos, ele fez muito para promover a Geografia como disciplina escolar e para melhorar o ensino da disciplina nas escolas.
            John Mumford Patrick Bailey (mais conhecido pelos seus últimos dois nomes) nasceu em Londres no dia 31 de Dezembro de 1925 e faleceu em Leicester no dia 16 de Julho de 1998. Após ter deixado a escola e passar um tempo na Marinha Real, Patrick Bailey estudou Geografia na Corpus Christi College, Cambridge, 1947-1951 e, posteriormente, na Universidade McGill, em Montreal. A sua carreia profissional foi maioritariamente na Faculdade de Educação da Universidade de Leicester, onde nos últimos anos se dedicou ao ensino de graduação no Departamento de Geografia (1969-1987). Antes de vir para Leicester em 1969, Bailey deu aulas em Norfolk. Em 1997, fui nomeado membro honorário (Honorary Fellowship pela Royal Geographical Society) por suas contribuições à geografia.
            De uma forma introdutória, ao autor faz referência ao papel do trabalho de campo especialmente no caso concreto de geografia, de como é visto e feito o trabalho de campo nas escolas e na universidade, dando ao longo do capítulo vários exemplos de possíveis trabalhos de campo e como devem ser preparados.
            Os principais objectivos do capítulo é mostrar a importância que o trabalho de campo tem na geografia, orientar os professores de como organizar o trabalho de campo (visita de estudo) e explicar alguns métodos de desenvolvimento do trabalho de campo.
            O autor divide o capítulo em 4 partes, onde numa primeira parte o autor faz uma breve introdução sobre o que é e para que serve o trabalho de campo, numa segunda parte coloca os objectivos pedagógicos alcançados com o trabalho de campo, na terceira parte coloca os métodos que são orientações para o desenvolvimento do trabalho de campo, de forma a ajudar novos professores e por fim de uma forma detalhada de 27 passos a organização do trabalho de campo onde devemos planear todo o trabalho de campo previamente “mas mais vale planificar em excesso do que ter de improvisar”.
            Na breve introdução sobre o trabalho de campo o autor diferencia o trabalho de campo com o trabalho de pesquisa, mostra as tendências que as escolas têm para o trabalho de campo; demonstra que o trabalho de campo pode ser uma síntese dos conteúdos leccionados em aula e transmite a importância da organização prévia de todas as saídas.
            Nos objectivos pedagógicos alcançados com o trabalho de campo o autor identifica oito dando exemplos em todos eles. Estes são:
¡  Ensino do vocabulário geográfico;
¡  A experiência de distâncias, inclinações e alturas;
¡  A comparação do terreno com o mapa;
¡  O desenvolvimento e a compreensão das formas de superfície;
¡  Introdução às formas imperfeitas da paisagem;
¡  Compreender as áreas diferenciais e a natureza dos limites;
¡  Introdução de novas ideias;
¡  Interpretação de fotografias aéreas.
Nos métodos de orientação o autor identifica oito:
¡  Ensinar sobre o campo;
¡  Excursões geográficas;
¡  Reconhecimentos gerais no autocarro e a pé;
¡  Ensinar através de questionários;
¡  O uso de questionários da entrevista;
¡  A preparação de visitas a indústrias;
¡  Estudo dos processos;
¡  Verificação das hipóteses e uso de modelos.
Na organização do trabalho de campo o autor refere uma detalhada preparação de vinte e sete etapas desde definir quais os objectivos que se pretendem atingir com este trabalho de campo até pormenores como no próprio dia da saída pedir aos alunos para estares meia hora antes, etc.
       Durante o capítulo o autor vai tocando em pontos fundamentais sobre o trabalho de campo, logo no início afirma que “a geografia não é apenas um corpo de doutrina, mas acima de tudo, um método de estudo. Neste sentido, o trabalho de campo é o melhor e mais imediato método de unir ambos os aspectos na experiência pessoal do aluno e não tem que ser considerado uma actividade extraordinário, mas sim uma parte integrante do trabalho normal das aulas.” (Bailey,1981), ou seja, tal como Graham Butt disse em 2002 “a educação geográfica é afortunada por o trabalho de campo ser ainda considerado como uma componente integral para o desenvolvimento do conhecimento, da compreensão e das capacidades na disciplina” como podemos observar nestas duas afirmações que encontram-se em concordância o trabalho de campo é fundamental na disciplina de geografia.
            Outro aspecto que o autor fala é que "a principal causa da mediocridade do mundo intelectual encontra-se em tudo o que sabe em segunda mão" e os professores estão conscientes que esta afirmação contém uma grande verdade no campo do ensino. A frase de Whitehead implica que o conhecimento tem que basear-se, sempre que possível, na experiência própria. E isso só pode ser adquirido saindo fora da escola” (Bailey,1981), ou seja, mais uma vez mostrando a importância do trabalho de campo, onde os alunos podem observar (experiência própria). Embora aqui o autor diga que só se pode fazer fora da escola e isso nem sempre é verdade, através da janela e até mesmo no recreio os alunos conseguem aprender através da experiência própria.  
            O autor confirma que “tradicionalmente, o trabalho de campo foi limitado em escolas e universidades, em algumas visitas a montanhas ou a fábricas e viagens muito específicas feitas nos feriados ou durante as férias. (…) Mas não é necessariamente assim. O trabalho de campo pode ser feito em qualquer lugar, a qualquer paisagem rural ou urbano, sem se afastar muito da escola.” (Bailey,1981), ou seja, ainda hoje isso acontece nas escolas o trabalho de campo está muito associado a visitas de estudo (saída da área da escola) e no campo da geografia haveria muito para ver na área da escola sem ser necessário grandes deslocações.
            Outro ponto que o autor fala é que “a preparação cuidadosa e detalhada do trabalho de campo é tão importante como em todos os outros domínios do ensino, e mais ainda porque faltam neste campo guias pedagógicos válidos e normalizados, de modo que o professor tem de estudar por conta própria o terreno antes de colocar os seus alunos em contacto com ele”. (Bailey,1981), em 2017 Claudino continua a defender esta ideia, “o trabalho de campo tem, frequentemente, uma relação estreita com a pesquisa documental, designadamente na sua fase de preparação, mas não se reduz à mera ilustração da informação contida em manuais escolares e em outras fontes de informação secundária”, a preparação do trabalho de campo exige um grande trabalho do professor, ele tem de conhecer bem o local que irá visitar com os alunos e se for necessário ir mesmo ao local antes da visita (quando a está a organizar).
            Outra das vantagens do trabalho de campo que o autor refere é que “em qualquer caso, a utilidade do trabalho de campo depende de facto que trabalhar fora da escola e no mesmo campo, os professores e alunos aprendem a conhecer-se melhor. Esse contacto ajuda a superar muitos problemas da turma e muitos professores jovens e inexperientes encontram nele a solução para muitas das suas dificuldades” (Bailey,1981), sete anos depois Claudino continua a defender esta afirmação, “o desenvolvimento das relações entre professores e alunos constitui também um importante aspecto que se observa, normalmente, durante o trabalho de campo”, ou seja, longe das salas de aulas a relação professor-aluno consegue ser melhorada e Bailey dá o exemplo dos professores que no início encontram-se mais à vontade no trabalho de campo.          
            O autor afirma que “a função mais importante do trabalho de campo é a transformação de palavras mortas em experiências vivas, tornando claro para os alunos que as realidades descrevem as palavras. Há que ter em conta que a maioria dos estudantes não têm ideia clara do que significam as palavras e limitam-se a memorizá-las para repetir no momento do exame”. (Bailey,1981) comparando esta afirmação com o “trabalho de campo é aquele realizado pelos alunos fora da sala de aula, em que a aprendizagem é realizada pelo contacto direto” (Boyle, A., Maguire, S., Martin, A., Milsom, C, Nash, R., Rawlinson, S., Turner, A., Wurthmann, S., & Conchie, S., 2007), vemos que ambas estão em conformidade, ou seja, os alunos tendo contacto directo com a realidade no trabalho de campo aprendem muito mais facilmente do que fechados numa sala de aula.
            Bailey explica que “temos de distinguir o "campo de ensino" do "trabalho de campo". No trabalho de campo são os próprios alunos que carregam o peso das actividades. No entanto, o campo de ensino baseia-se na explicação do professor. Ambos são necessários, e não podem existir um sem o outro. O trabalho de campo é feito na maioria em terrenos já conhecidos, enquanto o campo de ensino serve para entrar numa área desconhecida” (Bailey,1981), o autor explica bem a diferença entre trabalho de campo e campo de ensino demonstrando a sua ligação e mostrando que no trabalho de campo o aluno é mais autónomo.
            A próxima afirmação ainda vem ao encontro da anterior, “quando estamos a fazer um passeio/visita, a regra de ouro é não fazer muitos comentários. Um professor entusiasta e bem preparado geralmente cai na armadilha de dizer aos alunos tudo o que sabe, em vez de procurar que sejam eles a descobrir as coisas” (Bailey,1981), ou seja, mais uma vez mostrando que os alunos devem ser independentes na sua aprendizagem no trabalho de campo.
            Ao longo do texto a palavra “zona” é utlizada pelo menos duas vezes para se referir a áreas/lugares, o que cientificamente é incorrecto mas como o texto foi traduzido de inglês para espanhol pode ser erro da tradução (uma vez que em Espanha essa diferença não é muito utilizada):
- “métodos de cultivo que se usan en aquella zona”;
- “Cuando hay que tener una idea general de una zona muy extensa”
            Com este capítulo podemos concluir que o trabalho de campo é fundamental em Geografia, e prova disso são os vários exemplos que o autor vai dando ao longo do texto, os alunos tendo contacto directo com os diversos problemas que são leccionados durante as aulas aprendem mais facilmente e o trabalho de campo pode ser feito na escola e não apenas fora da área da escola (visitas de estudo) como o autor diz, embora que os exemplos dele são todos fora da escola. 

Referências:
BAILEY, Patrick. Didática de la Geografia. Trad. de Eduardo Sierra Valenti. Madrid : Cincel-Kapelusz, 1981, p.161-174
Boyle, A., Maguire, S., Martin, A., Milsom, C, Nash, R., Rawlinson, S., Turner, A., Wurthmann, S., & Conchie, S. (2007). Fieldwork is good: The students’ perception and the affective domain. Journal of Geography in Higher Education, 31(2), 299-317
Claudino, Sérgio (1988). O Trabalho de Campo em Geografia. Apogeo, nº 1, Dezembro, p. 4-7
Butt, G. (2002). Reflective Teaching of Geography 11-18. Continuum Studies in Reflective Practice and Theory. London: Continuum
Dados sobre Patrick Bailey:

quarta-feira, 22 de março de 2017

Iniciação à Prática Profissional (5ª aula)

Começámos a aula a falar do dia internacional da felicidade (20 de Março), onde o professor disse que devia-se promover a educação geográfica da felicidade.
No começo de cada aula, devemos falar do que se passa no momento (geografia da actualidade), ou seja, se é o dia nacional da felicidade devemos falar nele, se houve uma tempestade no dia anterior começar a aula a falar nela, etc.
Depois passámos a falar das metas curriculares que foram buscar os temas do programa.
As metas curriculares organizam-se em:
- temas/domínios;
- subdomínio;
- objectivos gerais;
- descritor/objectivos específicos.

Fontes: Metas Curriculares de Geografia do Ensino Básico - 3º Ciclo
Na imagem ao lado podemos identificar o domínio, subdomínios, objectivos gerais e descritores. O 1º domínio do 7º ano é "a Terra: estudos e representações", tendo este vários subdomínios, aqui só se vêem dois "a geografia e o território" e "a representação da superfície terrestre". Mostrando por fim os objectivos gerais e os descritores, em cada objectivo geral existem alguns descritores. No subdomínio A geografia e o Território existe um objectivo geral (Compreender o objecto e o método da Geografia) e existem seis descritores (1. Reconhecer a Geografia como a ciência que estuda os territórios resultantes da inter-relação entre a natureza e as sociedades. 2. Descrever a influência dos factores físicos e humanos no planeamento do território e a sua interdependência. 3. Identificar, no território, paisagens com diferentes graus de humanização. 4. Identificar as principais etapas de uma pesquisa em Geografia. 5. Identificar as principais fontes de informação utilizadas pelos geógrafos. 6. Distinguir observação directa de observação indirecta).
Uma forma de diferenciar os objectivos gerais dos descritores é através dos verbos que iniciam as frases, ou seja, os verbos mais gerais (conhecer, compreender) levam-nos aos objectivos gerais.
De seguida, passámos à elaboração de um plano de aula, onde colocámos o domínio, subdomínio, objectivos gerais, descritores, tempo, actividades e recursos.
Esta tabela encontra-se incompleta e não é mais correcta uma vez que o que interessa na tabela é o preenchimento das colunas e se o domínio e o subdomínio são os mesmos devem sair da tabela e vir para a fase de enquadramento, ou seja, tudo o que não se alterar durante a aula pode sair da tabela. Abrir colunas para estarem quase vazias, mais vale retirá-las da tabela e colocá-las externas à tabela. 
Como podemos observar na tabela que se segue, já temos o domínio e o subdomínio fora das colunas da grelha de planificação e em alguns casos podemos retirar mais colunas como é o exemplo da avaliação, ou seja, se tiver mais do que um elemento de avaliação durante a aula a coluna pode-se manter mas se tiver apenas um elemento pode ser posta por baixo da tabela (elemento externo à tabela). A avaliação coloca-se no fundo da tabela de forma a mostrar que tudo o que foi dito foi avaliado ao longo da aula.
Se o objectivo geral for o mesmo também pode ser retirado da tabela e passa para a fase de enquadramento (ao pé do domínio e subdomínio).
Por norma, os novos professores têm o hábito de escrever muitos conteúdos para uma só aulas. As suas primeiras planificações dão para umas três/quatro aulas.
A planificação existe para que as aulas corram bem (principal objectivo da planificação da aula) e não que a planificação seja toda cumprida, de forma a aula não ser uma correria e que as aprendizagens corram bem.
Entre cumprir-se bem uma aula e cumprir o plano da aula, deve-se cumprir bem a aula, de forma a tornar as aprendizagens melhores.
Outro ponto que se falou foi da observação feita em aula, ou seja, o registo de observação.
Observação: - naturalista (escreve o que observa na aula)
                     - sistemática (observa com base numa grelha de critérios).
O professor deu-nos um exemplo de grelha para observação de aulas, onde colocámos para observar as acções do professor, as acções dos alunos, as próprias observações e o tempo de cada actividade.
Ainda falamos da planificação das aulas no ensino secundário.Onde se pode colocar os conceitos mas estes por norma estão ligados aos conteúdos e também os recursos que serão utilizados.
Por fim escrevemos o sumário:
- As Metas Curriculares estão organizadas em Domínios, Subdomínios, Objectivos Gerais e Descritores.
- A observação de aulas: naturalista e sistemática. Elaboração de uma grelha de observação, com actividades do professor, dos alunos, observações e tempo.
- A planificação de uma aula no 3º ciclo: Domínios e Subdomínio e, na grelha, objectivos gerais, descritores, conteúdos, experiências de aprendizagem/estratégias, recursos, tempo e avaliação (depois da grelha). No Secundário, tema, objectivos, conteúdos, experiências de aprendizagem, recursos, tempo e avaliação. Diferença entre objectivos e competências.

segunda-feira, 20 de março de 2017

1º Contacto com o Colégio S. Tomás de Aquino

Na tarde de segunda-feira fomos ao Colégio de S. Tomás de Aquino (relativamente recente - fundado em 2003) onde conhecemos o nosso coordenador cooperante Miguel Sousa. Ele começou por apresentar o colégio bem como a disciplina de Geografia. O colégio é privado, católico e muito dinâmico (disse que temos de ir lá no Open Day).
O ensino no colégio é diferente do ensino público porque os alunos no 3º ciclo em vez de terem geografia no 7º, 8º e 9º ano tem apenas no 7º ano. Os alunos tem duas aulas de 100 minutos e uma aula de 60 minutos, ou seja, são 260 minutos de geografia em cada semana. O manual é próprio do colégio, elaborado pelo próprio professor Miguel Sousa. Existem 4 turmas de 7º ano cada uma com 30 alunos. 
O próprio departamento da geografia é diferente do público, normalmente está no departamento das ciências sociais e humanas e aqui está nas ciências e quando se reúne com outras disciplinas é com a Biologia, Física, Química, Ciências Naturais, etc. (para nos mostrar isso a nossa reunião foi num laboratório de experiências).  
As salas de aulas estão todas equipadas com sistemas digitais (computador para o professor e projector para mostrar os conteúdos aos alunos).
Falámos um pouco do colégio e dos outros que pertencem ao mesmo (ex: existe um em Sete Rios, ou em Sintra, etc.),
O professor disse-nos o seu horário:
Segunda-feira e Terça-feira tem aulas das 8h30m às 13h15m (duas aulas de cem minutos e uma de sessenta minutos);
Quarta-feira e Quinta-feira tem aulas das 10h25m às 13h15m (uma aula de cem minutos e uma aula de sessenta minutos);
Sexta-feira tem aulas das 8h30m às 12h00m (duas aulas de cem minutos).
Mostrou-nos também o calendário escolar deles (um pouco diferente do público também):
Férias da Páscoa: de 31 de Março a 18 de Abril;
Terminam as suas aulas no dia 16 de Junho. 
Marcámos logo as aulas assistidas (iremos os três: eu, o Francisco e o Tiago, assistir às mesmas aulas) e as que vamos dar:
- 27 de Abril das 10h25m às 12h05m (assistir)
- 28 de Abril das 8h25m às 10h05m (assistir)
- 04 de Maio das 10h25m às 12h05m   (assistir)
- 05 de Maio das 8h25m às 10h05m (assistir)
- 08 de Maio das 12h15m às 13h15m (dada por mim ao 7ºC)
- 09 de Maio das 10h25m às 12h05m (dada por mim ao 7ºC)
- 10 de Maio das 12h15m às 13h15m (dada pelo Francisco ao 7ºB)
- 11 de Maio das 10h25m às 12h05m (dada pelo Francisco ao 7ºB)
- 11 de Maio das 12h15m às 13h15m (dada pelo Tiago ao 7ºD)
- 12 de Maio das 8h25m às 10h05m  (dada pelo Tiago ao 7ºD)
O professor pediu para enviarmos a planificação da aula pelo menos uma semana antes para caso seja preciso alterar alguma coisa ter tempo para isso.
No decorrer das aulas se algum aluno disser ou escrever alguma palavra errada devemos corrigi-lo porque para além de sermos professores de geografia, o português está sempre presente.
Nas aulas assistidas, não devemos falar logo com o professor no final da aula. Devemos vir para casa reflectir um pouco sobre a aula e no outro dia, falar com ele sobre a aula. Devemos questioná-lo porque fez aquilo daquela maneira e não de outra de forma para nós aprendermos. Só perguntando é que se aprende.
Se nas aulas que formos dar dissermos algum erro científico o professor não diz nada na altura mas no final da aula chama-nos atenção e no inicio da próxima aula temos de começar por corrigir esses erros.
Por fim, chamou-nos também à atenção para não usarmos informações da Wikipédia, para nos basearmos nos sites ingleses prestigiados e quando precisarmos de mapas disse-nos que a Universidade de Austin tem uma variedade de qualidade. 

 

sábado, 18 de março de 2017

2ª Reunião na Escola Secundária Rainha Dona Leonor

Esta manhã decorreu a segunda reunião com o nosso orientador cooperante José António Baptista da Escola Secundária Rainha D. Leonor. 
Quando tivermos as aulas para dar temos de entregar pelo menos uma semana antes a planificação da aula para o professor ver e rectificar caso seja necessário.
O professor perguntou qual dos conteúdos do 11º ano que ainda faltam dar me interessava mais e eu escolhi o ponto 4.3..
Leccionando estes conteúdos as aulas serão em princípio logo na primeira semana do terceiro período, ou seja, entre o dia 24 e o dia 28 de Abril.
Nesta reunião ficou também combinado que na próxima quinta-feira, dia 23 de Março iremos (eu e o Tiago) assistir a duas aulas do 11ºano (as duas turmas que o professor tem).
Depois disto o professor falou um pouco da escola e de como estava organizada.
Existem dois documentos fundamentais na escola que todos os professores devem ler e conhecer bem que são o Projecto Educativo e o Regulamento Interno.
Por fim, falámos dos órgãos da escola:
1º órgão: Conselho Geral (órgão mais importante que reúne-se pelo menos 2 vezes por período) - reúnem-se poucas vezes mas são eles que aprovam ou recusam a direcção. É composto por professores (eleitos) que ocupam 50% e a outra metade é composta por representantes das autarquias (Câmaras e Juntas de Freguesia), representantes dos pais e representantes com outras identidades locais.
2º órgão: Direcção que é composta por um director (neste caso directora), subdirector, 3 adjuntos e assessores.
3º órgão: Conselho Pedagógico que é constituído por professores (todos os coordenadores de cada departamento, ou seja, um representante de cada área), por pais, pela direcção de turma e pelo gabinete de trabalho para os alunos.
A geografia está inserida no departamento das ciências sociais e humanas (o coordenador do departamento é o nosso orientador cooperante) com a disciplina de História e Geografia de Portugal, História, Filosofia, Economia, Sociologia e quando existe Moral, para cada disciplina tem de haver um sub-coordenador.
O gabinete de trabalho para os alunos (Gabinete de Apoio Pedagógico) - quando os alunos são expulsos da sala de aula são encaminhados para esta sala onde irão fazer actividades.
Falámos também do CREM - Biblioteca - Centro de Recursos Multimédia, quando um professor falta os alunos são encaminhados para aqui onde estão sempre dois ou três professores de "reserva" para os ajudar a estudar.
O orientador cooperante voltou a insistir numa ideia fundamental na profissão de professor que é o trabalho colaborativo.
Disse que as aulas dele não podem ser exemplo para nós, ou seja, nas aulas que iremos leccionar não o podemos "imitar". As próprias palavras dele foram "não sou modelo para ninguém".
A última ideia retirada na reunião foi que a melhor maneira de criar uma boa ligação com os alunos é mostrar-mos que nos preocupamos com eles mas nunca dando grandes aberturas (temos de ser firmes) para manter o respeito.  


sexta-feira, 17 de março de 2017

Metodologia em Ensino de Geografia (3ª aula)

Iniciámos a aula a falar do positivismo corográfico (1850/1894):
- Regeneração de Fontes Pereira de Melo: desenvolvimento interno – agricultura e transportes; consolidação do Império – enviar colonos; expansão do conhecimento do território português.
Geografia passa mais para corografia (coro-região):
- José Félix Pereira (1850): a geografia da nossa pátria é a que mais nos interessa. "Porque vou escrever sobre o mundo se o que me interessa é o meu país."
A geografia começa a atingir o seu apogeu:
- Félix Pereira (1852, autor escolar): cria o conceito de Portugal Continental; geografia: instrução secundária: 1850: Portugal Continental; 1852: Portugal Peninsular,
- Em 1860 o governo determina estudo de Portugal e das suas colónias e os autores aderem.
- Em 1875: criação da sociedade de geografia de Lisboa ("por mares nunca antes navegados"), parecer nº 1: autonomia do ensino de geografia.
-  Interesse pelo funcionamento do país (cidadania), entusiasmo pelo seu desenvolvimento (exemplo do desenvolvimento: os caminhos de ferro).
- No dia 20 de Outubro de 1888 a disciplina de Geografia dissocia-se da de História (deve-se às nossas colónias - o império português, por exemplo em Espanha e em França a História e a Geografia ainda permanecem juntas).
- Em 1889 o programa de geografia baseia-se mais no império português (o seu território) mas progressivamente a geografia é alheada das dimensões política e social dando atenção ao estudo das relações do Homem com os outros seres vivos na fase final.
Entre 1894/95-1948 encontramos uma geografia sobrevivente, ou seja, não desaparece mas perde o seu prestigio:
- No dia 14-08-1895 no regulamento geral do ensino secundário encontramos uma reunificação disciplinar da geografia e da história.
- No dia 8 de Setembro de 1918 encontramos no Regulamento da Instrução Secundária Art. 13.º O curso geral compreende as seguintes disciplinas: língua portuguesa, língua latina, língua francesa, língua inglesa, geografia e história (encontram-se separadas novamente).
- 27/09/1930 - disciplina de Ciências da Natureza (Programa do Ensino Secundário de 1930, observações: a concentração do ensino da geografia e das ciências naturais numa só disciplina a que se juntaram rudimentos de física e de química, constituindo-se assim a disciplina de Ciências da natureza, obedeceu a dois fins: diminuição do número de professores e descongestionamento do programa da 3.ª classe).
- Em 1936: Ciências Geográfico-Naturais (1º- 3º anos) e Ciências Geográficas (7º ano).
- Em 1942/3 - criação dos centros de estudos geográficos (Coimbra e Lisboa); pós 2ª guerra mundial; anti-colonialismo.
Ciclo do Segundo Nacionalismo:
- Estatuto Liceal de 1947: Ciências Geográfico-Naturais (1º e 2º anos) e Geografia (3º ao 7º ano);
- 1ª fase (Estado Novo) Eclosão das guerras de independência nos anos 60 reforça papel da Geografia;
- 25 de Abril de 1974: Geografia e História no “banco dos réus”- Experiências de Ciências Sociais e de Ciências do Ambiente;
- 2ª fase (até à reforma de 1989, implementada em 1992);
- A partir de 1977/78: Reintrodução da disciplina de Geografia 8º ano – Geografia de Portugal; geografia é rapidamente recuperada para reidentificar os portugueses com o seu país, agora limitado ao continente europeu e arquipélagos adjacentes;
- A disciplina encontra-se esgotada num ensino memorístico e em 1987 existia um receio quanto à sobrevivência da disciplina de geografia e por isso cria-se a Associação de Professores de Geografia.
- Em 1986 Portugal adere à União Europeia e em 1989 existe uma reforma curricular criando a Geografia da Europa (7º ano).
- Há uma tentativa de renovação didáctica, ou seja, os programas avançam com: atitudes/valores, capacidades/competências, conhecimentos e esforçam-se em sugestões metodológicas;
- No ensino secundário (10º e 11º ano) - geografia de Portugal e no 12º ano - introdução ao desenvolvimento económico e social;
 
 Esta tabela mostra-nos como está dividida a geografia ao longo dos três ciclos de ensino, ou seja, no 1º ciclo os conteúdos relacionados com a geografia são leccionados na disciplina de estudo do meio. No 2º ciclo encontra-se em história e geografia de Portugal e só a partir do 3º ciclo e no ensino secundário a geografia encontra-se sozinha.  


- Em 2001 houve uma reorganização curricular e passou-se a ter um ensino por competências.
Como podemos ver na figura seguinte, o ensino no terceiro ciclo de ensino básico está dividido em seis grandes temas.
Os temas são:
1. A Terra: estudos e representações;
2. Meio Natural;
3. A População e Povoamento;
4. Actividades Económicas;
5. Contrastes de Desenvolvimento;
6. Ambiente e Sociedade.

"À Descoberta de Portugal, da Europa e do Mundo" com isto, podemos também visualizar que há uma escala que não é utilizada, a escala local (não está no ADN da geografia do país - faz parte da geografia anglo-saxónica).

- Em 2007 foi criado o Mestrado em Ensino da História e da Geografia e em 2015/16 houve uma separação no mestrado criando assim o Mestrado em ensino de Geografia e o Mestrado em Ensino de História.
- Em 2013 são criadas as metas curriculares, desenvolvidas em Coimbra de forma a marcar a tradição.
- Em 2017, voltamos a ter um ensino por competências.
E o currículo de Geografia vai-se reconstruindo…sem fim! 
Algumas fotografias de manuais de geografia: 
Manual Escolar de Geografia 1907

Manual Escolar de Geografia 1936

Manual Escolar de Geografia 1967 - Nele não se encontrava nenhuma parte de Geografia Humana

Os capítulos deste manual eram:
1. Introdução Cosmográfica
2. Geografia Física
3. Biogeografia
4. Geografia Humana
5. Geografia Económica
Manual Escolar de Geografia que deixa de estar em vigor depois do 25 de Abril

Manual Escolar de Geografia de 1994 - importância dada à Europa, onde todos os temas começavam com a Europa:
1. A Europa: dimensões e fronteiras;
2. Uma Europa de Contrastes espaciais;
3. Uma Europa de qualidade de vida desigual;
4. Uma Europa de equilíbrio ambiental frágil. 


quarta-feira, 15 de março de 2017

Trabalho de Campo em Geografia (4ª aula)

Iniciámos a aula com um breve comentário de como a recensão deve estar estruturada:
- informações sobre o autor e o texto em análise;
- ideias do texto (resumo); 
- críticas.
O professor voltou a falar do GEOFORO, mais especificamente do GEOFORO 21, onde podemos colocar as nossas recensões nos comentários. No fim, podemos colocar todas as recensões num dossier, criando assim uma síntese de vários textos sobre o trabalho de campo.
O ponto seguinte da aula foi um retomar da aula anterior, sobre como o trabalho de campo de como é visto por vários autores e retomamos no programa de Geografia A.
Fonte: PPT da Aula
Observação directa:
- naturalista (o que se olha sem critérios);
- estruturada (previamente definida).
"...a visita de estudo e ao trabalho de campo..." - quer dizer que a visita de estudo não é trabalho de campo, ou seja, está a diferenciar visita de estudo de trabalho de campo que não são a mesma coisa mas correctamente a visita de estudo está inserida no trabalho de campo. A visita de estudo é uma modalidade do trabalho de campo.
Diferenciação de trabalho de campo do de pesquisa: o trabalho de pesquisa pode obrigar os alunos a saírem de casa mas não é considerado trabalho de campo (ex: quando se vai a uma biblioteca pesquisar dados estatísticos não é considerado trabalho de campo).
O trabalho de campo nas escolas 
Francófona:
- é mais tradicional;
- é mais transmissível;
- manuais com mais matéria - ensino baseado no manual escolar;
- escola mundial e nacional;
- ex: pedir aos alunos para descrever a paisagem.
Anglo-saxónica:
- Inglaterra - grande império no século XIX;
- Geographical Association - 1892, em Portugal - 1935/36;
- escala local - faz parte da cultura: responsabilização dos indivíduos e comunidades;
- trabalho de campo (fieldwork);
- ex:   dar três locais possíveis para a construção de uma casa para os alunos escolherem a localização mais adequada para a casa. 
Por fim, escrevemos o sumário:
- Recensão Crítica: síntese e crítica. 
- O trabalho de campo nas metas curriculares e no programa de geografia: a visita de estudo é uma forma de trabalho de campo.
- A escola francófona valoriza a pesquisa documental e a escola anglo-saxónica o fieldwork. 
      

Iniciação à Prática Profissional I (4ª aula)

Iniciámos a aula com uma reflexão sobre a visita ao Colégio Vasco da Gama, onde tivemos a oportunidade de entrar em contacto com uma realidade bem diferente do ensino público. É importante conhecer vários métodos de ensino e neste caso utilizando sempre o computador/tablet como recurso. O conhecer uma sala com uma distribuição tão diferente das chamadas "salas normais", olhando para aquela sala seria uma sala desorganizada.
De seguida, passámos a falar da reunião que o professor teve com os orientadores cooperantes na última sexta-feira (10 de Março), onde o professor os avisou da sobrecarga horário que temos por causa da unidade curricular do semestre anterior. E devido a esta sobrecarga não devemos prometer muitas coisas para depois termos de faltar, também por causa da sobrecarga no relatório final será mesmo pedido uma breve apresentação da escola e da turma onde estivemos inseridos. No final das aulas observadas devemos sempre falar com o coordenador observante de forma a dar-mos o nosso feedback das aulas (não parecendo que estávamos ali só por estar mas para aprender).
Depois disto, retomámos a questão das perguntas abertas e fechadas. Na aula passada já tínhamos visto que inicialmente, as questões devem ser abertas, para dar espaço ao aluno de poder responder em várias vertentes, se o aluno não disser nada deve-se fechar a pergunta de maneira a tornar mais fácil a resposta do aluno.
Este foi o quadro síntese realizado durante a aula, com as ideias dos alunos onde as perguntas foram divididas em abertas ou fechadas e se seriam dirigidas à turma ou a um aluno especifico. Neste mesmo esquema colocámos as vantagens e desvantagens de colocar perguntas à turma ou directamente ao aluno.
Comparando uma pergunta com a outra, fazer perguntas individuais torna-se melhor (opção mais correcta), de forma a todos falares, não criando grupos atentos/participativos. As perguntas à turma iludem a participação dos alunos porque podem ser sempre os mesmos a responder e o professor fica com a sensação que todos sabem/aprendem e pode não ser verdade (dá ritmo à aula mas pode criar ilusão).
Uma aula deve ter os dois tipos de perguntas porque ambas tem vantagens e desvantagens. Mas para poder acompanhar as aprendizagens de todos os alunos deve-se fazer perguntas individuais. Podem-se fazer perguntas mistas, ou seja, quando se escolhe um sector da sala de aula para responder. 
A ideia seria primeiro fazer a pergunta à turma e depois direccioná-la ao aluno (pergunta - a turma pensa - o aluno responde, a teoria seria assim!). 
Perguntas no inicio da aula: ao aluno ou à turma?
Sendo um momento delicado, a pergunta dirigida à turma é a mais adequada no sentido de despertar a atenção dos alunos e colocá-los a participar e isso marca o arranque da aula. Depois disso já se pode colocar as perguntas individuais.
Perguntas no final da aula: ao aluno ou à turma?
A pergunta deve ser dirigida ao aluno no sentido do professor perceber se os alunos compreenderam o conteúdo leccionado. Se a aula estiver mesmo a terminar é mais fácil fazer a pergunta à turma de forma a obter uma resposta mais rápida.
Nota: temos de marcar bem o arranque da aula (tem de se notar que a aula já começou) e temos de chamar a atenção aos alunos, para todos começarem ao mesmo tempo.
Resolução de actividades:
Não se pode acabar o exercício quando os primeiros terminam mas também não se pode esperar pelos últimos (tem de se fazer uma pequena pressão sobre os mais lentos para terminarem a actividade), ou seja, temos de encontrar um meio-termo.
Não se pode distribuir uma ficha de trabalho sem fazer uma introdução antes, tem de se marcar bem o inicio de cada actividade. Enunciar à turma que se iniciou uma nova tarefa para os alunos não se perderem durante a aula.
O professor não pode falar apenas para um grupo mas sim para todos.
É necessário marcar bem o espaço entre cada tarefa. Não se deve dar uma grande tarefa aos alunos, deve-se dividir em pequenas partes, ou seja, se tiver 2 ou 3 grupos de questões deve-se fazer grupo a grupo (de 5 em 5 minutos), porque se dermos 15 minutos para a realização da ficha toda os alunos acabam por dispersar-se. (tarefas fragmentadas)
No início deve-se ler as actividades com eles para esse ser o 1º contacto com as perguntas. 
Durante a realização das tarefas o professor deve-se calar (é o tempo e o espaço do aluno).
No final da aula escrevemos o sumário:
- A visita ao Colégio Vasco da Gama: Iclasse, uma aula à frente do tempo.
- Reunião com os orientadores cooperantes: a importância do feedback das aulas. 
- As perguntas dirigidas à turma mobilizam o conjunto dos alunos e imprimem maior ritmo/dinamismo.
- As perguntas individuais mobilizam alunos menos participativos.
- Na aula, deve-se marcar bem o começo das tarefas.


  

domingo, 12 de março de 2017

1º Contacto com a Escola Secundária Rainha Dona Leonor

Na passada sexta-feira, dia 10 de Março reuni pela primeira vez com o meu orientador cooperante professor José António Baptista na Escola Secundária Rainha Dona Leonor. 


A reunião começou na sala de professores com a nossa apresentação (fui eu, o Tiago e o José Luís), passámos à apresentação da escola, como está dividida, onde se encontram os serviços administrativos, a nossa apresentação à directora da escola Drª Hermínia Silva, passando pelo bar para beber um café de boas-vindas.


De seguida, voltámos para a sala de professores onde se começou por falar um pouco mais de IPP (introdução à prática profissional) e das aulas. Onde o orientador cooperante nos falou da caracterização da escola e da turma que vamos leccionar (elementos avaliados no relatório final de IPP I). Eu e o Tiago ficaremos na ensino secundário (leccionando o 11º ano, tendo duas turmas à escolha), enquanto que o José Luís ficará com o 3º ciclo do ensino básico (7º ano).
No meu caso em princípio ficarei com o 11º 9ª que tem aulas às:
- terça-feira: 10-11:30 horas; 
- quarta-feira: 10-11:30 horas;
- quinta-feira: 10-11:30 horas.
As próximas aulas do 11º ano serão sobre o 4º e 5º ponto do programa:
- A População, Como se Movimenta e Comunica;
- A Integração de Portugal na União Europeia: Novos Desafios, Novas Oportunidades.
Assim, o orientador cooperante pediu que víssemos o programa para a próxima reunião (dia 17 de Março), de modo a escolhermos a matéria que queremos leccionar e agendar as aulas.
Mostrou-nos também os manuais adoptados e no nosso caso será o manual GeoPortugal da Editora Asa sendo da autoria de António Matos, Fernando Santos e Francisco Lopes.



   

      

sábado, 11 de março de 2017

Visita ao Colégio Vasco da Gama

Realizou-se no dia 9 de Março a visita ao Colégio Vasco da Gama em Sintra onde pudemos assistir a uma aula diferente das tradicionais, utilizando o sistema IClass.

A turma escolhida foi o 7º C, e olhando para o horário até aqui seria uma turma normal, mas não o é.
Tem uma sala própria, onde decorrem todas as aulas excepto aulas práticas como por exemplo educação física. 
Esta turma, adoptou um novo método de ensino (este projecto iniciou-se apenas este ano mas é para continuar, dizem os professores), ou seja, apenas esta turma tem este método de ensino. Este método de ensino consiste num ensinamento digital, ou seja, todos os materiais utilizados pelos alunos são digitais (caderno diário, manuais, actividades desenvolvidas em aula). Apenas três disciplinas não usam o Iclass por não existirem livros digitais para o aluno: alemão, matemática e moral.
Tivemos oportunidade de assistir a uma aula de língua portuguesa, onde conseguimos ver bem as diferenças entre o ensino tradicional e o ensino digital. Logo quando se entra encontramos uma diferença na distribuição dos alunos na sala de aula. Não havia uma organização de espaço, os alunos estavam onde queriam e cada aluno tinha uma mesa-cadeira para cada um (mesa-cadeira com rodinhas).
Após o inicio da aula a professora deu-lhes uma actividade para fazerem em grupo e após essa actividade ser lançada cada grupo foi trabalhar para onde queria. Na sala de aula existem puffs, sofás, mini degraus onde os alunos se podem sentar para trabalhar.   
Após os alunos estarem orientados para as suas actividades, os professores (Vitor Bastos - Geografia e Ana Paula Loureiro (Línguas e directora de turma) que nos receberam explicaram como tudo se processa. Onde nos mostraram um pouco como as aulas decorrem, como conseguem ter sempre tudo controlado, ou seja, os professores conseguem ver o que cada aluno está a fazer naquele exacto momento e conseguem enviar mensagens aos alunos de forma a ajudá-los e de forma a chamá-los atenção quando necessário. Na imagem que se segue, não se consegue ver muito bem mas é a professora sentada num sofá ajudar os seus alunos.
Após todos os esclarecimentos, houve um pequeno momento de convívio entre os alunos do 7ºC, os alunos do IGOT e respectivos professores.
O vídeo que se segue, foi retirado do site do Colégio Vasco da Gama, onde promove o Iclass e mostra as diferenças existentes na sala de aula.

https://www.youtube.com/watch?v=Ej9oMCpPzFs