sábado, 25 de março de 2017

Metodologia em Ensino de Geografia (4ª aula)

Iniciámos a aula escrevendo o sumário da aula anterior:
Revisão dos dois primeiros ciclos da educação geográfica em Portugal no século XIX: o iluminismo tardio e o nacionalismo/positivismo corográfico.
A geografia sobrevivente da 1ª metade do século XX: o avanço das ideias naturalistas e a omissão das preocupações sociais, a desvalorização curricular da disciplina.
O 2º nacionalismo, a valorização da geografia na propaganda do império colonial. O pós 25 de Abril: a identificação dos portugueses com um Portugal redefinido. Aos 90: a propaganda da União Europeia.
A reorganização curricular de 2001: Portugal, a Europa e o Mundo num ensino por competências.
As metas curriculares de 2013: o regresso do ensino memorístico.
2017: o ano da mudança  "great again" coma retoma das competências.
Após o sumário falámos um pouco sobre as apresentações que o professor tinha visto no dia anterior na escola do Barreiro relacionadas com o Projecto Nós Propomos!
Ainda falámos do dia da felicidade, onde o professor voltou a frisar a importância da geografia da felicidade, onde falamos de indicadores para a felicidade (grau de satisfação em relação às suas condições de vida). O Miguel disse que favoreciam os países pobres e eu disse pobres mas felizes. Os indicadores da felicidade podem ser alternativos ao do IDH (índice de desenvolvimento humano) que já é alternativo ao PIB (produto interno bruto).
Depois disso analisámos o texto de B. Merenne-Schoumaker, Saber Pensar o Espaço (1985), Para uma renovação conceptual e metodológica do ensino de geografia no secundário.
A autora começa por falar da geografia no ensino secundário, ou seja, existem quatro grandes princípios que devem orientar a reorganização do ensino da geografia na escola secundária:
1. a geografia no ensino secundário não é uma diluição do ensino universitário;
2. geografia - formação universitária; educação geográfica - no secundário;
3. geografia de acção - a geografia deve ajudar os adolescentes a olhar para o mundo mas de forma a ser uma ferramenta de treinamento real.
4. aprender a pensar o espaço - temos de entender e agir no nosso espaço e ter em conta também outras áreas - a visão holística do espaço tem de ser feita.
De seguida, analisámos o quadro da página 152 do texto que mostra as perguntas-chave que devem ser feitas no ensino da geografia no ensino secundário, existindo três tipos:
1- Perguntas de identificação e descrição: o quê?; onde? e quem?;
2- Perguntas de explicação e predição: como e porquê? e qual a evolução provável?;
3- Perguntas de avaliação e prescrição: o que fazer? (prática/acção).
No ponto 2 do texto a autora fala-nos dos fundamentos de um esquema-director para o ensino da geografia, este esquema tem em conta 4 questões:
1- Quais são as questões-chave que o ensino geográfico deve ajudar a responder?
2- Quais são os principais conceitos que os alunos no final devem dominar no final do treinamento?
3- Qual é a originalidade e a especificidade do raciocínio geográfico e como adquirir esse raciocínio?
4- Como organizar o conhecimento, o saber-fazer e o saber-ser tem de ter em conta a evolução das habilidades dos estudantes e da lógica interna da educação geográfica?, a autora vai colocando o texto por tópicos onde no ponto 2.1. fala das questões-chave, no ponto 2.2. fala dos principais conceitos (2.2.1. localização; 2.2.2. interacção (homem-natureza); 2.2.3. distância; 2.2.4. escala; 2.2.5. mudança-permanência e 2.2.6. espaço), no ponto 2.3. fala do raciocínio geográfico (2.3.1 abordagem cientifica e 2.3.2. os diferentes níveis de análise do raciocínio geográfico), 2.4. em busca de uma organização geral do conhecimento, do saber-estar e do saber-ser.
Ainda nesta parte, analisámos a figura dois: esquema de aprendizagem em grupo de um conceito cientifico aplicável em geografia. Este esquema não apresenta grande novidade.
O ponto 3 é o mais importante porque traz uma ideia nova  à escola francófona, o ponto 5 do esquema (conhecimento prático). A proposta de uma nova metodologia para o estudo de factos e de unidades espaciais. Esta metodologia centra o conhecimento em 5 partes:
1- privilegia as ideias prévias do aluno (conhecimento prático/intuitivo);
2- conhecimento documental, disperso - o grande elemento é o professor;
3- conhecimento coerente;
4- conhecimento integrado;
5- aplicação do conhecimento.
Por fim, escrevemos o sumário:
Sumário da aula anterior.
A geografia da felicidade vs IDH.
A educação geográfica é a formação que todos devem ter em geografia, não sendo uma réplica do ensino universitário.
A proposta metodológica de B. Merenne-Schoumker: o conhecimento prático intuitivo, documental, coerente e e integrado e aplicado.
Uma rotura metodológica  âmbito da escola francófona. 

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