Iniciámos a aula a falar do positivismo corográfico (1850/1894):
- Regeneração de Fontes Pereira de Melo: desenvolvimento interno – agricultura e
transportes; consolidação do Império – enviar colonos; expansão do conhecimento do território português.
Geografia passa mais para corografia (coro-região):
- José Félix Pereira (1850): a geografia da nossa pátria é a que mais nos interessa. "Porque vou escrever sobre o mundo se o que me interessa é o meu país."
A geografia começa a atingir o seu apogeu:
- Félix Pereira (1852, autor escolar): cria o conceito de Portugal Continental; geografia: instrução secundária: 1850: Portugal Continental; 1852: Portugal Peninsular,
- Em 1860 o governo determina estudo de Portugal e das suas colónias e os autores aderem.
- Em 1875: criação da sociedade de geografia de Lisboa ("por mares nunca antes navegados"), parecer nº 1: autonomia do ensino de geografia.
- Interesse pelo funcionamento do país (cidadania), entusiasmo pelo seu desenvolvimento (exemplo do desenvolvimento: os caminhos de ferro).
- No dia 20 de Outubro de 1888 a disciplina de Geografia dissocia-se da de História (deve-se às nossas colónias - o império português, por exemplo em Espanha e em França a História e a Geografia ainda permanecem juntas).
- Em 1889 o programa de geografia baseia-se mais no império português (o seu território) mas progressivamente a geografia é alheada das dimensões política e social dando atenção ao estudo das relações do Homem com os outros seres vivos na fase final.
Entre 1894/95-1948 encontramos uma geografia sobrevivente, ou seja, não desaparece mas perde o seu prestigio:
- No dia 14-08-1895 no regulamento geral do ensino secundário encontramos uma reunificação disciplinar da geografia e da história.
- No dia 8 de Setembro de 1918 encontramos no Regulamento da Instrução Secundária
Art. 13.º O curso geral compreende as
seguintes disciplinas: língua portuguesa, língua
latina, língua francesa, língua inglesa,
geografia e história (encontram-se separadas novamente).
- 27/09/1930 - disciplina de Ciências da Natureza (Programa do Ensino Secundário de 1930, observações: a concentração do ensino da geografia e das
ciências naturais numa só disciplina a que se
juntaram rudimentos de física e de química,
constituindo-se assim a disciplina de Ciências
da natureza, obedeceu a dois fins: diminuição
do número de professores e descongestionamento
do programa da 3.ª classe).
- Em 1936: Ciências Geográfico-Naturais (1º- 3º anos) e Ciências Geográficas (7º ano).
- Em 1942/3 - criação dos centros de estudos geográficos (Coimbra e Lisboa); pós 2ª guerra mundial; anti-colonialismo.
Ciclo do Segundo Nacionalismo:
- Estatuto Liceal de 1947: Ciências Geográfico-Naturais (1º e 2º anos) e Geografia (3º ao 7º ano);
- 1ª fase (Estado Novo)
Eclosão das guerras de independência nos
anos 60 reforça papel da Geografia;
- 25 de Abril de 1974: Geografia e História no “banco dos réus”- Experiências de Ciências Sociais e de Ciências
do Ambiente;
- 2ª fase (até à reforma de 1989, implementada
em 1992);
- A partir de 1977/78: Reintrodução da disciplina de Geografia
8º ano – Geografia de Portugal; geografia é rapidamente recuperada para
reidentificar os portugueses com o seu país,
agora limitado ao continente europeu e
arquipélagos adjacentes;
- A disciplina encontra-se esgotada num ensino memorístico e em 1987 existia um receio quanto à sobrevivência da disciplina de geografia e por isso cria-se a Associação de Professores de Geografia.
- Em 1986 Portugal adere à União Europeia e em 1989 existe uma reforma curricular criando a Geografia da Europa (7º ano).
- Há uma tentativa de renovação didáctica, ou seja, os programas avançam com: atitudes/valores, capacidades/competências, conhecimentos e esforçam-se em sugestões metodológicas;
- No ensino secundário (10º e 11º ano) - geografia de Portugal e no 12º ano - introdução ao desenvolvimento económico e social;
Esta tabela mostra-nos como está dividida a geografia ao longo dos três ciclos de ensino, ou seja, no 1º ciclo os conteúdos relacionados com a geografia são leccionados na disciplina de estudo do meio. No 2º ciclo encontra-se em história e geografia de Portugal e só a partir do 3º ciclo e no ensino secundário a geografia encontra-se sozinha.
- Em 2001 houve uma reorganização curricular e passou-se a ter um ensino por competências.
Como podemos ver na figura seguinte, o ensino no terceiro ciclo de ensino básico está dividido em seis grandes temas.
Os temas são:
1. A Terra: estudos e representações;
2. Meio Natural;
3. A População e Povoamento;
4. Actividades Económicas;
5. Contrastes de Desenvolvimento;
6. Ambiente e Sociedade.
"À Descoberta de Portugal, da Europa e do Mundo" com isto, podemos também visualizar que há uma escala que não é utilizada, a escala local (não está no ADN da geografia do país - faz parte da geografia anglo-saxónica).
- Em 2007 foi criado o Mestrado em Ensino da História e da Geografia e em 2015/16 houve uma separação no mestrado criando assim o Mestrado em ensino de Geografia e o Mestrado em Ensino de História.
- Em 2013 são criadas as metas curriculares, desenvolvidas em Coimbra de forma a marcar a tradição.
- Em 2017, voltamos a ter um ensino por competências.
E o currículo de Geografia vai-se
reconstruindo…sem fim!
Algumas fotografias de manuais de geografia:
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Manual Escolar de Geografia 1907 |
Manual Escolar de Geografia 1936 |
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